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A saga do baclofeno (6) – O legado de Olivier Ameisen

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Mensagem por lili Sáb 26 Abr 2014 - 10:48

A saga do baclofeno (6) – O legado de Olivier Ameisen

Bernard Granger


A saga do baclofeno foi marcada por dois grandes acontecimentos em 2013. O primeiro foi a morte de Olivier Ameisen, surgida brutalmente em 18 de Julho, no apartamento de Paris. Todos os que conheceram Olivier Ameisen ficaram profundamente tristes vendo-o partir tão cedo, aos sessenta anos, quando o seu trabalho admirável sobre as virtudes do baclofeno, em doses elevadas, aplicado à dependência alcoólica, acabava de receber luz verde da parte de instâncias oficiais, o que constitui o outro grande acontecimento, este feliz,  de 2013.

Olivier Ameisen era um ser atormentado, inadaptado à nossa época de precauções e de cálculos medíocres. Megalómano como reacção à sua fragilidade interior, tinha agitado o mundo da alcoologia, sem moderar as susceptibilidades dos dignitários estabelecidos, primeiramente publicando a sua auto-observação na revista Alcohol and alcoholism nos finais de 2004, seguidamente escrevendo com realismo e emoção o relato da sua queda (dependência) e cura no livro Le Dernier Verre  ( O Fim do Meu Vício) publicado pela editora Denoël em 2008, um dos melhores livros sobre o alcoolismo. Mostrando dureza e desprezo, tanto para com aqueles que defendiam e aplicavam a sua descoberta , como para com os que a combatiam, dirigia o seu olhar azul de criança simultaneamente perdido e lúcido sobre as ignomínias do mundo académico, sobre os seus « confrades » paralisados pelos conflitos de interesses ou cegos pelos  preconceitos. Não tendo nunca  dificuldades em fórmulas incisivas e espirituais, defendia o seu trabalho com um ardor, por vezes excessivo ou desajeitado.

Foi necessário tempo para que este grande avanço terapêutico, do qual Olivier Ameisen é o autor incontestado, se impusesse. Os doentes alcoólicos curados graças ao baclofeno terão sido os seus melhores aliados. Eles reconheciam-se no extraordinário auto-retrato do Dernier Verre , e , por os ter acompanhado de perto, conheciam os benefícios proporcionados por esta antiga molécula, na qual Olivier Ameisen tinha detectado as imensas propriedades relativamente à adição ao álcool, utilizando-a de forma apropriada, ou seja, em doses elevadas.

A última aparição pública de Olivier Ameisen remonta ao dia 3 de Junho de 2013 no hospital de Cochin. Havia lá um colóquio sobre o baclofeno. Esta reunião científica tinha sido precedida em Abril de 2013 de um pedido para que finalmente pudesse tornar-se facilmente acessível  aos pacientes. Os poderes públicos muito cientes do dossier científico e alertados desde há longos meses, anunciaram neste dia 3 de Junho, através da voz do Prof. Dr. Maraninchi, director geral da Agência nacional de segurança do medicamento (ANSM), que uma recomendação temporária de utilização (RTU) ia ser emitida para o baclofeno.
Artigo traduzido por Elisa Lopes a partir de:
http://www.books.fr/blog/la-saga-du-baclofene-6-le-legs-dolivier-ameisen/
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