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TESTEMUNHOS - Entrevista a Sylvie Imbert ( Traduzida)

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Mensagem por lili Qui 20 Mar 2014 - 22:02

Alcoolismo : «O Baclofeno libertou-me da dependência do álcool»

Autor : Romain Scotto
Tradutora : Elisa Lopes
Publicado em 6 de março de 2014



ENTREVISTA – Sylvie Imbert, antiga alcoólica e presidente de associação, é uma das primeiras a ter desviado o uso deste medicamento para tratar a sua doença…
Ainda há cinco anos, Sylvie Imbert acabava todas as noites à volta de uma garrafa de vinho. Esta técnica de informática de Toulouse precisava de «  seis a nove copos por dia », até que por acaso ela se depara com um artigo elogiando os efeitos do Baclofeno, esse relaxante muscular desviado do uso normal para ajudar os alcoólicos a libertar-se. Aos 56 anos, a presidente da associação Baclofène confessa-se encantada com o facto da Agência nacional de segurança do medicamento (ANSM) ter anunciado que deveria autorizar dentro em breve a prescrição para os alcoólicos.

Como é que descobriu este medicamento ?

Foi por acaso, ao ler  um artigo no jornal La Dépêche du Midi. Fui à Internet e vi que outras pessoas discutiam acerca desse assunto. Eu tinha um problema com o álcool desde os 16 anos. Pouco a pouco, os meus problemas estavam a aumentar. Era dependente do álcool. Estava obcecada em encontrar todos os dias um pretexto para beber. A abstinência não me interessava muito. Nessa época os médicos não prescreviam este medicamento, por isso fui a Espanha onde a venda é quase livre.

Sem nenhum conhecimento sobre as dosagens ?

Li o livro de Olivier Ameisen onde ele explicava que era preciso aumentar as doses até atingir a indiferença. Fui subindo lentamente. Aos 110 mg (por dia) apercebi-me de que fiquei indiferente ao álcool. Foi preciso um ano. Neste tratamento de automedicação, não podia correr riscos. Mas hoje 80% das pessoas curam-se em menos de quatro meses.

Que efeitos secundários observou ?

Tive poucos. Principalmente sonolência. À noite adormecia às 21 horas no sofá. Não era muito diferente visto que antes era o álcool que me adormecia. Também tive perturbações de sono e perdi peso. Mas tinha mais efeitos positivos.

Que provas tem a 100% de que foi este medicamento que a curou ?

Como é que podia ter sido outro ? Durante toda a minha vida pensei no álcool todas as noites. Tomo Baclofeno e de repente deixei de pensar nisso. De qualquer modo não o lamento. A abstinência faz ter recaídas. Para mim é evidente. Isso libertou-me da dependência. Aceito perfeitamente que um desmiolado conte coisas sem jeito mas somos muitos a contar a mesma coisa. Não podemos estar todos errados.

Porque é que criou esta associação ?

Somos alguns a ter sido curados, e não queríamos deixar os outros ao abandono. Queríamos que outros pudessem usufruir. Há famílias que se desfazem por causa do álcool. No meu caso, não podia continuar a minha vidinha tranquilamente. Ao juntarmo-nos como associação, ajudámos também os doentes a ter acesso ao tratamento dando-lhes endereços de médicos prescritores.

Agora, ainda bebe e ainda está a tomar Baclofeno ?

Bebo um pouco, geralmente ao fim de semana. Um copo de vinho ou um aperitivo. Ainda estou a tomar Baclofeno mas diminuí muito. Tomo 20 mg por dia. Prefiro tomá-lo em pequena quantidade do que ver regressar a adição. Digo a mim própria que não é mais grave do que tomar o meu hipotensor todos os dias.

A Sylvie faz uma boa publicidade ao medicamento, deve ser muitas vezes acusada de se ter apropriado…

Sim, pelo menos no início. Acusaram-nos de sermos uma seita. Isso faz parte do jogo daqueles que desacreditam a nossa palavra.Com a indústria, é evidente, não temos nenhuma ligação. O pior, é que aos laboratórios que comercializam o Baclofeno, isto não lhes interessa. É um genérico. A 3 euros por caixa, não serve para nada. Este medicamento não interessa a ninguém a não ser aos doentes que se aperceberam que era eficaz.
lili
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