«Em 2 anos, mais de 60% dos meus pacientes foram salvos pelo baclofeno» Dr.Renaud de Beaurepaire
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«Em 2 anos, mais de 60% dos meus pacientes foram salvos pelo baclofeno» Dr.Renaud de Beaurepaire
«Em 2 anos, mais de 60% dos meus pacientes foram salvos pelo baclofeno» Dr.Renaud de Beaurepaire
Quarta-feira, 23 de Abril de 2014 – Euréka Santé – Escrito por Jean-Philippe RIVIERE
Tradução: Elisa Lopes
1) Dicionário francês que é uma referência em matéria de informação sobre o medicamento.[/b]
Quarta-feira, 23 de Abril de 2014 – Euréka Santé – Escrito por Jean-Philippe RIVIERE
O Dr. Renaud de Beaurepaire, psiquiatra e chefe de serviço no hospital Paul Guiraud, em Villejuif ( Val-de-Marne), é um pioneiro da prescrição do baclofeno para o alcoolismo, prescrição doravante enquadrada por uma Recomendação Temporária de Utilização
Neste excerto de entrevista, o Dr.de Beaurepaire informa-nos acerca das constatações que efectuou ─ eficácia, factores de sucesso ou de insucesso ─ depois de o ter prescrito a cerca de 600 pacientes muito dependentes do álcool.
VIDAL : Quais são as principais causas de sucesso, ou de insucesso, do baclofeno no alcoolismo ?
Dr Renaud de Beaurepaire : A primeira causa de insucesso do Baclofeno tem origem nos pacientes que, de facto, não têm vontade de parar de beber. Muitas vezes vemos pacientes que chegam sem… Sentimos muito claramente que o álcool é a sua existência. E retirar-lhe o álcool, nunca o conseguiremos. Muitas vezes são empurrados pela família, por empregadores, por pessoas que querem o bem deles, mas eles, sentimos muito bem que estão agarrados ao álcool, que é de tal modo preponderante na sua existência que vemos bem que será um desastre porque não têm vontade de parar de beber. Parar de beber é como deixar morrer uma parte deles, eles não podem, o álcool é a vida deles.
VIDAL : Qual é a segunda causa de insucesso deste tratamento ?
Dr Renaud de Beaurepaire : A segunda causa está nos efeitos indesejáveis. É preciso dizer que há, manifestamente, uma pequena proporção de pacientes que tem uma intolerância ao baclofeno. Não é uma intolerância como é dito, talvez no Vidal(1), ao primeiro comprimido, quando se constata uma reacção alérgica. Não é isso, são pacientes que, a partir de certas doses, têm efeitos indesejáveis tais que é praticamente impossível aumentar as doses, todas as estratégias que se desenvolvam, como ir muito lentamente no aumento das doses, de fraccionar as doses… Há pessoas que não podem ultrapassar um limite, não é muito frequente mas quando acontece, pelo menos pela parte que me toca, não encontrei a solução.
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VIDAL : Qual é a proporção de pacientes que se encontram nessas situações ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Não é muito frequente, mas creio que entre os pacientes que não querem parar e aqueles que são verdadeiramente intolerantes ao Baclofeno, é na ordem dos 20, 25% dos pacientes que vêm à minha consulta. O que equivale a dizer que 75 a 80% dos meus pacientes são curados pelo baclofeno. Porque é preciso empregar o termo «curados»: são curados pelo Baclofeno, algo que é enorme em relação ao que fazem os tratamentos habituais.
VIDAL : Como é que objectivou esses dados espectaculares ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Até agora, Março de 2014, prescrevi o baclofeno a cerca de 600 pacientes, o que representa uma certa experiência. De entre estes 600 pacientes, utilizei os primeiros 100 para fazer um estudo. Quer dizer que os segui durante vários anos e publiquei os resultados de dois anos. O que os resultados mostram é que ao cabo de três meses, há mais ou menos 50% dos pacientes que já não bebem, têm um controlo completo sobre o consumo do álcool. Há também entre 20 a 25% dos pacientes que diminuíram consideravelmente o consumo de álcool, mas que não o controlam ainda completamente.
VIDAL : Continuou a seguir esses pacientes ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Depois, segui os pacientes durante 6 meses, 1 ano e 2 anos, e para ir mais rápido, durante 2 anos, continua a haver 50% dos pacientes que já não bebem ou que controlam perfeitamente o consumo. Lembro que os pacientes que me vinham ver, os pacientes de 2008, 2009, eram pessoas que tinham tentado tudo e que eram na generalidade, pode-se dizer mesmo que não seja a fórmula habitual, grandes alcoólicos, pacientes muito, muito dependentes do álcool. Tinham tentado tudo e por isso vinham à minha consulta em desespero. Na sua maioria, queriam livrar-se da dependência de verdade. Portanto, 2 anos depois da instituição do tratamento, 50% já não bebem e à volta de 10 a 15% ficam-se por um consumo moderado, encontram-se em risco moderado de acordo com a definição da OMS. Portanto, mais de 60% dos pacientes, poder-se-ia dizer, foram salvos pelo baclofeno.
Entrevista realizada por Jean-Philippe Rivière, no dia 27 de Março no Hospital Paul Guiraud (Villejuif).Neste excerto de entrevista, o Dr.de Beaurepaire informa-nos acerca das constatações que efectuou ─ eficácia, factores de sucesso ou de insucesso ─ depois de o ter prescrito a cerca de 600 pacientes muito dependentes do álcool.
VIDAL : Quais são as principais causas de sucesso, ou de insucesso, do baclofeno no alcoolismo ?
Dr Renaud de Beaurepaire : A primeira causa de insucesso do Baclofeno tem origem nos pacientes que, de facto, não têm vontade de parar de beber. Muitas vezes vemos pacientes que chegam sem… Sentimos muito claramente que o álcool é a sua existência. E retirar-lhe o álcool, nunca o conseguiremos. Muitas vezes são empurrados pela família, por empregadores, por pessoas que querem o bem deles, mas eles, sentimos muito bem que estão agarrados ao álcool, que é de tal modo preponderante na sua existência que vemos bem que será um desastre porque não têm vontade de parar de beber. Parar de beber é como deixar morrer uma parte deles, eles não podem, o álcool é a vida deles.
VIDAL : Qual é a segunda causa de insucesso deste tratamento ?
Dr Renaud de Beaurepaire : A segunda causa está nos efeitos indesejáveis. É preciso dizer que há, manifestamente, uma pequena proporção de pacientes que tem uma intolerância ao baclofeno. Não é uma intolerância como é dito, talvez no Vidal(1), ao primeiro comprimido, quando se constata uma reacção alérgica. Não é isso, são pacientes que, a partir de certas doses, têm efeitos indesejáveis tais que é praticamente impossível aumentar as doses, todas as estratégias que se desenvolvam, como ir muito lentamente no aumento das doses, de fraccionar as doses… Há pessoas que não podem ultrapassar um limite, não é muito frequente mas quando acontece, pelo menos pela parte que me toca, não encontrei a solução.
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VIDAL : Qual é a proporção de pacientes que se encontram nessas situações ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Não é muito frequente, mas creio que entre os pacientes que não querem parar e aqueles que são verdadeiramente intolerantes ao Baclofeno, é na ordem dos 20, 25% dos pacientes que vêm à minha consulta. O que equivale a dizer que 75 a 80% dos meus pacientes são curados pelo baclofeno. Porque é preciso empregar o termo «curados»: são curados pelo Baclofeno, algo que é enorme em relação ao que fazem os tratamentos habituais.
VIDAL : Como é que objectivou esses dados espectaculares ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Até agora, Março de 2014, prescrevi o baclofeno a cerca de 600 pacientes, o que representa uma certa experiência. De entre estes 600 pacientes, utilizei os primeiros 100 para fazer um estudo. Quer dizer que os segui durante vários anos e publiquei os resultados de dois anos. O que os resultados mostram é que ao cabo de três meses, há mais ou menos 50% dos pacientes que já não bebem, têm um controlo completo sobre o consumo do álcool. Há também entre 20 a 25% dos pacientes que diminuíram consideravelmente o consumo de álcool, mas que não o controlam ainda completamente.
VIDAL : Continuou a seguir esses pacientes ?
Dr Renaud de Beaurepaire : Depois, segui os pacientes durante 6 meses, 1 ano e 2 anos, e para ir mais rápido, durante 2 anos, continua a haver 50% dos pacientes que já não bebem ou que controlam perfeitamente o consumo. Lembro que os pacientes que me vinham ver, os pacientes de 2008, 2009, eram pessoas que tinham tentado tudo e que eram na generalidade, pode-se dizer mesmo que não seja a fórmula habitual, grandes alcoólicos, pacientes muito, muito dependentes do álcool. Tinham tentado tudo e por isso vinham à minha consulta em desespero. Na sua maioria, queriam livrar-se da dependência de verdade. Portanto, 2 anos depois da instituição do tratamento, 50% já não bebem e à volta de 10 a 15% ficam-se por um consumo moderado, encontram-se em risco moderado de acordo com a definição da OMS. Portanto, mais de 60% dos pacientes, poder-se-ia dizer, foram salvos pelo baclofeno.
Tradução: Elisa Lopes
1) Dicionário francês que é uma referência em matéria de informação sobre o medicamento.[/b]
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